segunda-feira, 24 de março de 2014

Visita a Adega Mayor Campo Maior


Chegados a Herdade das Argamassas, deparamos com um imponente edificio rectangular, projetado pelo mais que conhecido Arquitecto Siza Vieira.
Conhecer e visitar a adega era o objectivo, perante marcação prévia como recomendava no site.
A visita inicia com a projeção de um filme sobre a historia da adega num pequeno auditorio, de seguida uma passagem pela adega propriamente dita onde ocorrem todas as vinificações, e fermentações, onde existem todos os equipamentos de tecnologia recente para produzir aproximadamente 600 mil garrafas.


Seguimos para a  cave das barricas, uma sala rectangular enorme, onde o betão está por todos os lados, é aqui que envelhecem os vinhos de topo da adega nas barricas de carvalho maioritariamente Francês.
Destacar aqui o sistema de manter a humidade na cave, uns expressores de agua ao nível do tecto, semelhantes aos que se utilizam para manter esplanadas no verão a temperaturas mais baixas, mas aqui em tamanho XXL.

De seguida visitamos o laboratorio que se encontra no 2 piso e o espelho de agua no terraço, que permite manter a temperatura na cave mais baixa e constante.
A paisagem por todos os lados é a vinha de cerca 55 hectares.
Os vinhos para prova que foram incluidos na visita foram:
Caiado Branco 2013
Produzido das castas Verdelho, Arinto e Antão-Vaz.
Vinho de cor citrica, no nariz toques de lima e sobressai um floral com intensidade, na boca acidez boa traduzida em frescura e final não muito perlongado, claramente um vinho de verão.
Monte Mayor Reserva 2011 
Uma mistura das castas Aragonês, Castelão, Trincadeira e Alicante Bouschet.
Apresenta cor granada profunda, no nariz sobresaem frutos pretos, mirtilos. Na boca  sente se ligeiros toques tostados prevenientes do estagio em madeira e taninos redondos final com alguma persistencia.
Reserva do Comendador 2009
Vinificado apartir das castas Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet com estagio em barricas de carvalho de primeiro ano durante 18 meses e um estagio em garrafa durante 12 meses.
Apresenta uma cor granada muito profunda no nariz notas de compotas de frutos , tipo ameixa preta, alguns toques de especiarias, na boca inicio macio confirma se os aromas do nariz, taninos ainda muito presentes que tornam o final a sensação que ainda é cedo para beber ja este vinho.
Os vinhos têm a assinatura do Enologo Carlos Rodrigues.

A visita termina com uma visita a loja de vinhos onde alguns produtos exclusivos e de design bastante curioso como o caso do vinho 7 uma homenagem as 7 maravilhas do mundo que 7-7-2007 nesse mesmo dia as 7 da manhã 7 pessoas enchiam as 2007 garrafas numeradas.
Mas tem ainda o vinho 8 e o vinho 9.
Pois então o vinho 8 uma homenagem ao estádio ninho de passaro dos jogos Olimpicos, no dia 8-8-2008 as 08:08:08 da manhã  8 pessoas enchiam as 8008 garrafas numeradas, o vinho 9 uma homenagem ao ano da Astronomia, em que dia 9-9-2009 as 09:09:09  da manha 9 pessoas encheram as 2009 garrafas.
Um Enoturismo a vistar pela arquitectura ,paisagem e pelo vinho também.

Jaime Salsa
Sommelier


segunda-feira, 17 de março de 2014

sexta-feira, 14 de março de 2014

Estudo de mercado sobre vinhos do Alentejo

Aqui mostro os gráficos do estudo de mercado sobre os vinhos do Alentejo efetuado pela Ipsofacto, para o jornal Hipersuper.
Este estudo foi feito a um universo nacional de 425 indivíduos residentes em Portugal, com idades entre 18 e 65 anos , que bebem vinhos do Alentejo ( branco/tinto ou rosé), através do qual se pretende mostrar a opinião do consumidor relativamente aos vinhos do Alentejo.













quinta-feira, 13 de março de 2014

Artigo Site Associação de Escanções de Portugal


Sugestão do Escanção da Semana, este foi um artigo que consistia na sugestão de vinho a qual tinha de conter vinhos por min provados, e foi publicada no Site da Associação de Escanções de Portugal.
Insisto em provar e pormover vinhos da região Alentejo.

Jaime Salsa
Escanção/Sommelier


domingo, 9 de março de 2014

Herdade dos Grous Reserva 2007 Tinto


 

Provado de uma garrafa Magnum, ou seja de 1,5 lt.
Vinificado de 3 castas, 50% Alicante Bouschet, 30% de Syrah e 20% de Touriga Nacional, com um estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês novas, e um ano de repouso em garrafa.
De cor granada ainda com bastante profundidade, no nariz tem muita intensidade aromática , muitos toques de chocolate, ameixa preta e tudo bem integrado com a madeira.
Na boca taninos firmes, sente se volume de boca, equilibrado com a acidez ainda muito presente. Um final muito prolongado da a sensação de se mastigar.
Julgo ainda tem longa vida em garrafa, mas surpreende mesmo se for consumido já.

Nota:18
Enólogo : Luis Duarte

Jaime Salsa
Sommelier 




Sabiam??


sexta-feira, 7 de março de 2014

Tapada de Coelheiros 1997 Tinto







Um clássico do Alentejo com 17 anos, aberto com tenaz, para evitar que a rolha pudesse nao colaborar.
Uma mistura das castas Aragonês , Cabernet Sauvignon e trincadeira .
Cor tijolo com muitas nuances acastanhadas próprias de vinhos com esta idade.
No nariz ainda tem intensidade media, com um toque de verniz pronunciado na boca mantém se vivo, alguma acidez, frutos secos e alguns toques de couro, final nao muito prolongado.
Nota:14 
Enólogo: António  Saramago 

Jaime Salsa
Sommelier

quarta-feira, 5 de março de 2014

Mais alguns "porquês " sobre vinhos...


 

Quais as temperaturas ideias para degustar um vinho?

As temperaturas costumam variar muito de acordo com os tipos de uva.
Em países de clima quente , o vinho nao deverá ser consumido a temperatura ambiente.
Deverá ser arrefecido um quanto tempo antes de consumir .
A temperatura ideal para um tinto jovem varia entre 14 a 16 C, ja os mais encorpados e envelhecidos podem ser consumidos numa temperatura próxima 20C.
Os brancos deverão ser refrigerados.  Os mais encorpados, complexos, evoluídos e/ou estruturados devem ser consumidos a temperaturas de 10 a 12 C. Os vinhos mais jovens e frutados, a uma temperatura um pouco inferior, entre  6 a 8C . Os vinhos roses devem ser consumidos por volta dos 12C.

O que se pretende do estágio/envelhecimento do vinho em barricas de carvalho?
Alguns dos constituintes da madeira de carvalho , sob a ação da queima ou tosta da madeira, estão na origem de compostos aromáticos e gustativos.
Os aromas de baunilha, côco e cravinho entre outros, derivam desses compostos aromáticos e alguns taninos ajudam a proteção contra oxidações e na fixação da cor, para além do contributo para a estrutura e complexidade do vinho.
Para além disso, a madeira de Carvalho tem porosidade que auxilia na estabilização do vinho, através da criação do ambiente micro-oxidativo propício a uma polimerizacao das pequenas moléculas e a uma clarificação  natural.

O que são taninos?
Os taninos são estratos de substâncias orgânicas existentes na película , grainhas da uva e na madeira onde o vinho estagiou.
São responsáveis pela adstringência, pela sensação de crispação das mucosas da boca que tornam "encortiçada ". No entanto, são um factor essencial na estrutura de um bom vinho, pois sem eles tornar-se-ia chato, desequilibrado.
Também a longevidade de um vinho esta, a par com determinados ácidos e o álcool, relacionada com os taninos, agindo como conservantes naturais , imprimindo estabilidade ao processo de envelhecimento .
Vinhos fracos de taninos, vinhos brancos por exemplo, devem ser consumidos mais novos.
Pelo contrario, vinhos marcados pelos taninos devem recorrer ao tempo para que estes se atenuem, se tornem polidos e equilibrados.




Alguns "Porquês " dos vinhos ...


-Qual o processo de fazer vinho branco?
1-vindima
2-transporte da uva
3-recepção na adega
4-desengrace/esmagamento 
5-prensagem
6-decantação ( eliminação das borras, ou seja dos sólidos em suspensão )
7-fermentação ( mosto transferido para cubas onde fica a reposousar entre 15 a 20 dias)
8-transfega
9-clarificação 
10-engarrafamento 

Qual o processo de fazer vinho tinto?

1-vindima ( dependente do clima e nível de maturação das uvas)
2-transporte das uvas para a adega ( as uvas devem ser cuidadosamente transportadas)
3-recepção das uvas na adega ( controlo de qualidade, exclusão das uvas que nao tem as condições necessárias a elaboração do vinho)
4- desengace/esmagamento ( depois de separadas as partes lenhosas dos cachos as uvas podem ser esmagadas ou nao )
5-fermentação alcoólica ( com curtimenta, o mosto que fermenta esta em contacto com grainhas e película )
6-remontagem ( sistema de bombeamento para misturar as partes sólidas que vem a superfície com o líquido restante)
7- prensagem ( esmagamento das uvas para extrair o líquido contido nos bagos)
8- fermentação malolatica ( extrai parte da acidez dos vinhos, quanto menor for a maturidade da vindima, mais intenso é o ácido malico)
9- estágio ( envelhecidos em casco de carvalho ou barris para ganhar novos aromas e enriquecer a complexidade do vinho)
10- transfega (as partículas assentam no fundo da pipa, logo passa se para uma Cuba limpa para seguir para o processo de clarificação em que se retira as partículas em suspensão )
11-engarrafamento 

Quais as principais diferenças entre a vinificação de vinhos tintos e vinhos brancos?

A principal diferença esta na inclusão da película das uvas na fermentação do vinho tinto porque os compostos corantes do vinho cujo nome científico é antocianas , se encontram localizados na  película das uvas. Quer dizer que se nós déssemos ao trabalho de retirar a pele de todas as uvas tintas, teríamos um vinho branco.
Em resumo o vinho branco deriva da fermentação do mosto decantado das uvas brancas e o tinto deriva da fermentação do mosto e das películas das uvas tintas.

As borras fazem mal a saúde ?

As borras do vinho são , tal como o próprio vonho, elementos naturais, normalmente ricos em compostos tartáricos de sais minerais, taninos muito polimerizados, outros elementos fenólicos e alguns ácidos . O que poderá influênciar negativamente é o facto das borras poderem condicionar a turvação do vinho no copo.

Ha limites máximos ou mínimos para o volume de álcool dos vinhos de mesa?

Sim há limites. A legislação europeia define como limites para o vinho de mesa um título álcoometrico   volumétrico adquirido igual ou superior a 9% vol, bem como um título álcoometrico  volumétrico total igual ou inferior a 15% vol. Define ainda um teor de acidez total igual ou superior a 3,5 g/l, expresso em ácido tartárico.